quinta-feira, 13 de dezembro de 2007


Aqualove

não pretendo um amor sólido

tendo em vista a grande possibilidade de um sólido

se romper à menor mudançade temperatura de pressão.

pretendo um amor líquido

que se adapte a qualquer recipiente

e, sorvido em grande goles,

molhe os lábios escorra pelo pescoço

e umedeça os países ao sul do continente.

líquido, para que, aquecido, evapore

suba ao céu

chova sobre mim

encharque o chão

tire essa tal segurança de debaixo dos meus pés

deixe lama entre meus dedos.

não pretendo um amor assim, concreto,

não pretendo um amor assim, rígido,

não pretendo um amor, assim, sólido

mas líquidoin

certo

insólito.

e se uma frente fria vinda diretamente da Patagônia

torná-lo gelo,

frio,

pedra,

que baste deixá-lo ligeiramente exposto ao seu olhar

e ele, regredindo a seu estado original,

volte a matar essa sede amiga,

inseparável,

do sertãode nós.

fonte:
http://www.farinhada.blogspot.com/

Um comentário:

André Gonçalves disse...

que bom "me ver aqui".
bom dia.