quinta-feira, 27 de setembro de 2007



Engenheiros do Hawaii - Infinita Highway

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto,
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway


Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que já sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Mas que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entre linhas do horizonte
Desta highway(?)
Silenciosa highway

"Eu vejo um horizonte trêmulo
Tenho os olhos úmidos"
"Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado"
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
"Não corra" "Não morra", "Não fume"
"Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"


Minha vida é tao confusa quanto a
América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato:
"Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato"
Eu posso ser um Bealte
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso garota façamos um pacto:
"Não usar a highway pra causar impacto"

"Antes de agir, mentalizes a ação.
Antes de atuarmos na vida exterior,
atuamos em nossa vida profunda.
Antes de sermos bons ou maus para todos,
somos bons ou maus para nós mesmos.
Guarde certeza dessas realidades.
Antes de colher o sorriso da felicidade que esperamos através dos outros,
é preciso vivermos o bem desinteressado e puro
que fará felizes aqueles que nos farão felizes por nossa vez."

(André Luiz)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007


Falar é completamente fácil, quando se tem
palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que
realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas
pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros,
ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém,
dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer
sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar
sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo
o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém
que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com
o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez,
isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus".
Principalmente quando somos culpados
pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente
elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver,
sem ter medo do depois. Amar e se entregar.
E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.
Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas,
ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar
de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma.
Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão
te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro .

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém.
Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo,
mas com tamanha intensidade, que se petrifica,
e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 21 de setembro de 2007


Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.

Fabrício Carpinejar

Desejo

Se o desejo de ser amado for mais forte e você se prender
a alguém com insistência , ele se aborrecerá e acabará se
afastando de você.
O primeiro estágio do amor é a simpatia.
A simpatia aumenta e se torna apego , e nesse estágio há
sofrimentos e alegrias...
A alegria proveniente do amor-apego vem sempre acompanhada
de angústias e sofrimentos.
A alegria absoluta , que não vem acompanhada de sofrimentos
nem de angústias ; só será obtida quando você abandonar
o apego e deixar o outro totalmente livre.
Quando você soltar o outro , ele voltará a você espontaneamente,
com amor sincero , porque ele originalmente , é a outra metade
da sua alma.

-Tanigushi-


Paixão

Viver uma paixão é uma grande aventura mesmo, esses romances fulminantes onde os olhos se encontram e o corpo se aquece imediatamente, pode levar uma pessoa a transformar-se no que não é, fazer loucuras que nunca imaginou ser capaz de fazer e trazer muita, muita dor se não for bem administrada.A paixão é como uma venda que é colocada sobre nossos olhos, um calmante que anestesia nossos movimentos, uma tabuleta que só indica uma direção, onde só enxergamos um caminho, só sonhamos com uma pessoa, só nos alimentamos de um único sonho, e tudo, tudo lembra uma doença.Uma doença que não percebemos, e que pode levar qualquer ser humano, por mais inteligente e racional que seja a loucura completa, a cair numa cama doente da alma e sem remédios para sua cura. A paixão chega a ser engraçada por colocar as pessoas em uma espécie de transe, transformando-os em zumbis, e é difícil até para os amigos mais intímos ficarem perto da pessoa que se transforma e só tem um desejo:estar próximo da razão de sua paixão.A paixão quando acaba parece um balde com água muito gelada logo após um banho quente, é um choque. A pessoa não quer nem sentir o cheiro da "outra", pensar nela já faz mal, e começa a relembrar as loucuras que fez como se não fosse ela, como se estivesse embriagado por uma bebida muito forte.A paixão pode fazer muito mal, principalemente porque, na maioria das vezes, ficam mal resolvidas e sempre deixam uma das partes com a ilusão de que viveram um grande amor.Mas, é preciso compreender que um grande amor precisa de "maturidade", precisa de experiências em comum, o amor pede tempo, paciência e dedicação.
A paixão apenas incendeia a nossa alma, o amor fica eternamente em nossas lembranças.

Voltaire

"...O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito,
uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
pois estou longe de ser uma pessimista.
Sou antes de tudo uma exaltada, com alma intensa,
violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está,
que tem saudades... sei lá de quê!"

(Florbela Espanca)

Amores mal resolvidos - Arnaldo Jabor

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste povavelmente sofre de dor de cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto.
Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceira, parentesco, e essa transição não são doloridas se o amor for devorado até o fim.
Dor de cotovelo é quando o amor é interrompido antes que esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
Se o amor for interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz novamente

O teu beijo resume
Todas as sensações dos meus sentidos
A cor, o gosto, o tato, a música, o perfume...
Se uma emoção estranha
gosto de uma fruta, a luz de um poente
Chega a mim, não sei de onde, e bruscamente ganha
Qualquer sentido meu, é a ti somente
Que ouço, ou aspiro, ou provo, ou toco, ou vejo...
E acabo de pensar
Que qualquer emoção vem de teu beijo
Que anda disperso no ar...

Guilherme de Almeida

quarta-feira, 19 de setembro de 2007



Não se impressione com as opiniões alheias.
Há quem descreia da sua capacidade de lutar.
Faz mal juízo de sua honestidade.
Desacredita da sua nobreza de espírito.
E outras coisas mais.Eles estão errados.
Deus pensa diferente sobre.
Não se deixe impressionar.
Você é capaz. Tem honradez. Possui grandeza de alma.
O mais importante é o que você mesmo pensa a seu respeito.
Creia em você.
Acredite-se um legítimo filho de Deus.
Não se deixe levar por opiniões negativas.
Manter incólume confiança em si mesmo é construir uma fortaleza contra o desânimo.

(Gotas de Esperança)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007




"...O FUTURO É UMA ASTRONAVE
QUE TENTAMOS PILOTAR
NÃO TEM TEMPO NEM PIEDADE
NEM TEM HORA DE CHEGAR
SEM PEDIR LICENÇA MUDA NOSSA VIDA
E DEPOIS CONVIDA A RIR OU CHORAR
NESSA ESTRADA NÃO NOS CABE
CONHECER OU VER O QUE VIRÁ
O FIM DELA NINGUÉM SABE
BEM AO CERTO ONDE VAI DAR..."
" Não podemos descobrir novos oceanos enquanto não
tivermos coragem de perder de vista a terra firme."

sexta-feira, 14 de setembro de 2007


É melhor ser alegre que ser triste,
Alegria é a melhor coisa que existe,
É assim como a luz no coração,
Mas pra fazer um samba, um samba com beleza,
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba, não.

Senão é como amar uma mulher só linda; e daí?
Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,

Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora,
Qualquer coisa que sente saudade.
Um molejo de amor machucado,
Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
Feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor
E para ser só perdão.

Fazer samba não é contar piada,
Quem faz samba assim não é de nada.
O bom samba é uma forma de oração,
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não. . .
Ponha um pouco de amor numa cadênciae
vai ver que ninguém no mundo vencea
beleza que tem um samba não.
Porque o samba nasceu lá na Bahia
e se hoje ele é branco na poesia,
se hoje ele é branco na poesia,
ele é negro demais no coração .

(Baden Powell e Vinícius de Moraes)


"Segunda-feira é mais difícil porque é sempre a tentativa do começo de vida nova.
Façamos cada domingo de noite um reveillon modesto,
pois se meia noite de domingo não é começo de Ano Novo é começo de semana nova,
o que significa fazer planos e fabricar sonhos.
Meus planos se resumem, para esta semana nova,
em arrumar finalmente meus papéis, já que a governanta eu não vou ter mesmo.
Quanto aos sonhos, desculpem, guardo-os para mim, como vocês guardam,
com o olhar pensativo, de quem tem direito, os próprios."

Clarice Lispector - A Descoberta do Mundo

Ah, não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder
Se vem do coração,
Não tem jeito, não,
Deixa acontecer
O amor é essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida,
Nos fere, maltrata e seduz
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente,

Nos enche de força e de luz

Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer
Ah, sendo por amor,

Seja como for
E o que Deus quiser

Vinícius de Moraes

O amor sempre sorri pra nós
De várias formas.
Nós é que não o percebemos
Vivemos à espera de apenas um tipo...
Aquele mesmo,
Que costumamos confundir com paixão.
Amor próprio é mais importante
É o primeiro,
O verdadeiro...
O sereno e eterno amor...

Com as pontas dos dedos
Me encontras...
Com a palma das mãos
Me seguras...
Com teu corpo inteiro
Me fazes reviver...
Mas somente com o coração
Podes me conhecer...
Do fim ao começo,
Equilíbrio...
De uma ponta à outra
Sem começo,
Sem intervalos,
Sem fim...

fonte ( http://prazerdepensar.blogspot.com/)

Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre... .
..A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

Pablo Neruda

"Não desças os degraus dos sonhos
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás de suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco esse nosso mundo..."


Os Degraus, Mário Quintana

NORMOSE
(Martha Medeiros / Jornal Zero Hora - Porto Alegre - 05.08.07)

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de "normose", a doença de ser normal.


Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.

Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for Todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciaçã o e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.

Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes

terça-feira, 11 de setembro de 2007



"Quando eu digo permaneça com sua perfeição interior,
você pode ficar preocupado, porque, algumas vezes,
você pode sentir que você não é perfeito -
então, permaneça com sua imperfeição.

A imperfeição também é perfeita!
Nada há de errado nela,
permaneça com ela.

Não se afaste DESTE momento;
aqui e agora é toda a existência.
Tudo que tem de ser realizado,
é para ser realizado aqui e agora;
assim, seja qual for o caso,
mesmo que você se sinta imperfeito -
ótimo, seja imperfeito!
É como você é,
é como a Existência quer que você seja.

Triste? Ótimo! Fique triste.
Mas não se afaste do momento.
Permaneça com o momento e,
em pouco tempo,
você sentirá que a imperfeição se dissolveu em perfeição,
o sexo se dissolveu em êxtase interior,
a raiva se dissolveu em compaixão.

Neste momento,
se você puder ser seu ser total,
então, não existe nenhum problema.

Essa é a realização suprema.
Não existe nenhuma esperança,
não precisa haver.
É tão perfeito,
que não existe nenhuma necessidade de esperança.

- OSHO -
Tantra, a Suprema Compreensão, # 10

Todas as pessoas no mundo querem ser verdadeiras, pois só por serem verdadeiras, isso já lhes traz muita alegria e uma abundância de felicidade. Por que alguém deveria ser falso? Você precisa ter coragem para chegar a um insight um pouco mais profundo: Por que você tem medo? O que o mundo pode fazer com você? As pessoas podem rir de você; isso fará bem para elas – rir é sempre medicinal, é saudável. As pessoas podem pensar que você é louco... Você não vai ficar louco só porque elas pensam que você está louco.

E se você é autêntico quanto à sua alegria, suas lágrimas, sua dança – mais cedo ou mais tarde aparecerão pessoas que compreenderão você, que poderão começar a se juntar à sua caravana. Eu mesmo comecei sozinho no caminho, e depois as pessoas foram chegando e isso se tornou uma caravana do tamanho do mundo. E eu não convidei ninguém; eu apenas fazia aquilo que sentia que estava vindo de meu coração.

A minha responsabilidade é com o meu coração, não com as outras pessoas no mundo. Assim, a sua responsabilidade é apenas com o seu próprio ser. Não vá contra ele, porque ir contra ele é cometer suicídio, é destruir a si próprio. E qual é o ganho? Mesmo se as pessoas lhe derem respeito e acharem que você é sóbrio, respeitável, honorável, essas coisas não irão nutrir o seu ser. Elas não irão lhe dar qualquer insight a mais sobre a vida e sua imensa beleza.

OSHO - The Hidden Splendor - Cap. 15

segunda-feira, 10 de setembro de 2007


Gosto de gente
Com a cabeça no lugar,
De conteúdo interno, idealismo nos olhos e com os pés no chão da realidade.
Gosto de gente
Que ri, que chora, que se emociona.
Com um simples e-mail,
Um telefonema, uma canção suave,
Um bom filme, um bom livro,
Um gesto de carinho,
Um abraço, um afago.
Gente que ama e curte saudade,
Gosta de amigos, cultiva flores,
Ama os animais;
Admira paisagens, poeira e chuva.
Gente que tem tempo
Para sorrir com bondade,
Semear perdão, repartir ternuras,
Compartilhar vivências
E dar espaço para as emoções
Que fluem, com naturalidade,
De dentro de seu ser!
Gente que gosta de fazer as coisas de que gosta,
Sem fugir de compromissos
Difíceis e inadiáveis,
Por mais desgastantes que sejam.
Gente que colhe, orienta, se entende,
Aconselha, busca a verdade e.
Quer sempre aprender,
Mesmo que seja com uma criança,
Com um pobre, com um analfabeto.
Gente de coração desarmado,
Sem ódio e preconceitos baratos.
Com muito AMOR dentro de si.
Gente que erra e reconhece;
Cai e se levanta;
Apanha e assimila os golpes,
Tirando lições dos erros
E fazendo redentoras
Suas lágrimas e sofrimentos.
Gosto muito de gente assim.
E desconfio...Que é deste tipo de gente
Que Deus também gosta!

(Desconheço o autor)